O Grande Irmão Chega Aos 23
A Endemol Shine Brasil está com tudo. Produtora que carrega nas suas costas [quase] toda a programação de realities existente no mundo, dentro e fora das televisões, não surpreende que consiga alugar um resort urbano na casa da TV brasileira do meio de janeiro até o final de abril desse ano. Ao redor do mundo, em seus diferentes meios, tamanhos, apresentadores, arquiteturas, chamamos esse evento televisivo de Grande Irmão, em referência ao ditador de George Orwell em seu livro 1984. No Brasil, contrariando a expectativa e dando espaço para o mesmo se repetir em outros realities da produtora, tanto no Canal 4 do Rio quanto nas outras emissoras [desde que a Endemol Globo pendurou as chuteiras], o chamamos de Big Brother Brasil . E ele atende.
Não chamo de oportuna a edição, foi uma edição um tanto quanto falha. Já começando com um patrocinador indo à falência e virando sinônimo de "negativar" nas redes, seu apresentador (Tadeu Schmidt ), após passar por seu pior arco na edição anterior, ainda não aprendeu aquilo que seu antecessor, Tiago Leifert , demorou para conseguir atingir: passar a mensagem do ponto eletrônico como se fosse sua. O apresentador não detém todo o carisma do mundo, ainda que amado em outros programas da casa, e com certeza vira o alvo das mais duras críticas quanto ao trabalho da direção. Sem sombra de dúvida, o ano do maior prêmio da história do programa com certeza se tornou um dos piores anos para participar do Big Brother Brasil.
Com tudo que o programa precisava para dar certo: participantes vazados antes da hora, um personagem (Bruno Nogueira ) que prometia, mais uma vez, ser o novo Gil do Vigor , um participante recém-saído do outro programa da produtora na emissora (Mc Guimê ) e mais um monte de pessoas que poderiam não se sujeitar a tamanha humilhação, o programa já iniciou com a fórmula repetida nas útlimas duas edições. O Grande Irmão já é, novamente, o que no exterior conhecemos como sua versão "mais celebridades", já o que o público não esperava, novamente, era que a edição contaria com personagens tão icônicos como o queer eye Fred Nicácio e a atriz Domitila Barros , ambos comendo pelas beiradas enquanto não sabem o tamanho do que os devora. Quando sabem (com a inédita repescagem após a expulsão de Mc Guimê e do lutador Antônio "Cara de Sapato" Jr. devido a uma suspeita de assédio sexual contra Dania Mendez durante o cross-over com o reality estadunidense La Casa de los Famosos , que inclusive foi mais uma das tantas gafes da produção pela maneira com que lidou e a maneira com que não conseguiu esconder os participantes candidatos à repescagem), brilham mais forte ainda.
A edição, cada vez mais confusa em uma eterna tentativa do diretor de variedades da casa Boninho conseguir engrenar alguma audiência, cansa. Quem ainda está assistindo o Grande Irmão?